As ações da Nissan registraram uma alta de 24% na Bolsa de Tóquio, maior aumento em cinco décadas. A alta ocorreu nesta quarta-feira, 18, depois de informações sobre uma possível fusão com a Honda. As ações da Nissan, que enfrentavam dificuldades, lideraram o Índice Nikkei 225.
“Considerando que a Nissan está prestes a receber apoio de um parceiro financeiramente e operacionalmente mais forte, isso deve ser considerado uma boa notícia”, disse Julie Boote, analista da Pelham Smithers Associates, ao jornal O Globo.
A Nissan enfrenta uma crise financeira. No começo de novembro, a empresa cortou sua previsão de lucro e anunciou a demissão de 9 mil funcionários globalmente. A concessionária realizou um corte de 20% na produção, por causa da baixa atratividade de seus modelos, que não têm atraído consumidores.
A Honda avalia diversas possibilidades para fortalecer sua posição no mercado, o que inclui uma fusão ou a criação de uma nova holding, conforme afirmou o vice-presidente executivo Shinji Aoyama. A possível fusão com a Nissan poderia criar a terceira maior montadora do mundo.
A Mitsubishi, que já possui laços de capital com a Nissan, também foi mencionada como potencial participante nessa parceria. O anúncio o que fez as ações da concessionária subirem 20%, o maior aumento desde 2013.
Honda pode ter que resgatar a Nissan
Entretanto, as ações da Honda registraram uma queda de 3,4%. Segundo o Globo, há preocupação entre os investidores sobre a possibilidade de a empresa ter que resgatar a Nissan. Analistas, como Tatsuo Yoshida da Bloomberg Intelligence, dizem que “uma parceria não traria benefícios de curto prazo” para a Honda.
As discussões entre as duas montadoras ganharam velocidade depois da Hon Hai Precision Industry, conhecida como Foxconn, demonstrar interesse em adquirir uma participação na Nissan.
A Foxconn, que tem investido em fábricas para veículos elétricos, busca expandir sua presença no setor automotivo. No entanto, ainda não está claro se a Nissan aceitou ou rejeitou a proposta da Foxconn.
No começo do ano, Nissan e Honda decidiram colaborar no desenvolvimento de baterias e software para veículos elétricos. Naquela ocasião, o CEO da Honda, Toshihiro Mibe, levantou a possibilidade de uma união de capital com a Nissan.
Um eventual acordo fortaleceria ambas as montadoras, o que permitiria a elas competir mais efetivamente no Japão e no exterior, especialmente contra a Toyota, que já possui uma rede de alianças estratégicas com outras montadoras como Subaru e Suzuki.