sexta-feira, novembro 22, 2024
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Acelerador de partículas brasileiro irá combater garimpo ilegal

A Polícia Federal (PF) receberá ajuda de um acelerador de partículas para identificar garimpos ilegais de ouro em reservas indígenas e unidades de conservação ambiental, segundo G1. A ideia é inédita e espera-se que o superlaboratório Sirius consiga fornecer informações para rastrear a origem do ouro e, com isso, combater a extração e o comércio ilegal do metal precioso.

Até agora, foram selecionadas 57 amostras de ouro para análise por uma equipe de pesquisadores de quatro universidades com auxílio do Sirius, que fica no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, São Paulo.

O ouro é ouro, mas dependendo de onde ele foi formado, carrega impurezas de maneira distinta. Quais são as impurezas, a quantidade dessas impurezas e o entorno delas trazem informações do local onde aquele ouro foi formado. E o Sirius consegue enxergar exatamente, em altíssima precisão, esses elementos estranhos à pepita de ouro.

Antônio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM

Como funciona o Sirius?

Acelerador de partículas Sirius (Crédito: CNPEM/Divulgação)

O Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª geração capaz de analisar átomos e moléculas em diversos materiais. Para isso, os cientistas precisam acelerar os elétrons quase na velocidade da luz. Na prática, isso significa fazer os elétrons percorrerem 600 mil vezes por segundo um túnel de 500 metros.

Quando terminam essa etapa, os elétrons são desviados – com ajuda de ímãs superpotentes – para uma das estações de pesquisa para os experimentos. O resultado nessa etapa é um feixe de luz síncrotron 30 vezes mais fino que um fio de cabelo. Ou seja, invisível a olho nu.

Estima-se que em dois meses, o acelerador de partículas terá terminado a análise das amostras. Depois disso, o resultado será comparado com o banco de dados da Polícia Federal, chamado de Banco Nacional Forense de Perfis Auríferos (Banpa), criado a partir de 2021.

Próximos passos do Programa Ouro Alvo

A expectativa é que dessa parceria nasça um sistema eficiente capaz de identificar a origem do metal mesmo depois da fabricação de joias. Com isso, a Polícia Federal conseguirá rastrear o escoamento do garimpo ilegal de ouro.

Segundo o Instituto Escolhas, organização que investiga as operações ilegais de ouro no país, esse tipo de garimpo corresponde a 54% da produção nacional. Larissa Rodrigues, pesquisadora do instituto, afirma que o problema se intensificou na última década, principalmente por três motivos: o uso de máquinas pesadas na abertura de novos garimpos, legislação conivente e a alta do preço do ouro no mercado internacional.

Via Olhar Digital

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