A Polícia Federal (PF) investiga integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que teriam municiado a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com informações coletadas a partir do First Mile, a ferramenta de geolocalização usada de forma ilegal com base nos números de celulares.
Segundo apurou a CNN, pelo menos dois filhos do ex-presidente teriam os serviços da Abin à disposição: o mais novo, Jair Renan Bolsonaro, e o mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Investigadores apontam que o monitoramento ilegal foi utilizado em situações pessoais ou políticas.
A reportagem apurou que os dados coletados serviriam para saber onde desafetos de Jair Renan e Flávio estariam. E além: com base na localização, seriam vigiados em ‘campanas’ por servidores da Abin.
Durante o governo Bolsonaro (PL), a Abin foi chefiada pelo hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), delegado da Polícia Federal de carreira e suspeito de usar a agência para espionar adversários políticos.
Nesta quinta-feira (25), a PF fez buscas contra Ramagem em Brasília, no Rio de Janeiro e contra policiais federais.
A Operação Vigilância Aproximada investiga organização criminosa que teria se instalado na Abin com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas.
Segundo as investigações, o grupo usava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial. Um dos softwares utilizados
A operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado.
A CNN busca contato com as defesas de Alexandre Ramagem, Jair Renan e Flávio Bolsonaro. As assessorias da Abin e do deputado Alexandre Ramagem também foram procuradas, mas ainda não deram retorno.
Em nota, o senador Flávio Bolsonaro nega que tenha sido favorecido pela Abin em qualquer situação e classifica ainda a ideia como “um completo absurdo”.
“É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro”, escreveu Flávio.
“Minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas, conforme amplamente divulgado pela grande mídia”, completou o senador.
Compartilhe: