domingo, novembro 24, 2024
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A rotina de Silvinei Vasques, preso há quase 1 ano na Papuda

Preso há 11 meses, o ex-diretor Silvinei Vasques, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), divide cela com dois detentos e está em uma ala do Complexo da Papuda, em Brasília, destinada para agentes que já atuaram na segurança pública. O ex-PRF é acusado de supostamente fazer blitze no Nordeste a fim de prejudicar a campanha à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, atual presidente da República, em 2022.

Na cela, Vasques passa a maioria do tempo estudando para a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em que foi reprovado recentemente na segunda fase, mas vai retomar o processo desde o início. As informações foram obtidas por Oeste depois de uma visita que senadores fizeram ao ex-PRF, nesta terça-feira, 25.

Mais cedo, os senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos-DF) estiveram na Papuda. O encontro foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Depois da conversa com o ex-PRF, que durou quase duas horas, Izalci disse a Oeste que Silvinei Vasques não recebe visitas da família “faz tempo”. O ex-PRF não é casado, não tem filhos e os pais já morreram. Já seus irmãos moram em Santa Catarina, onde ele também tem residência. Em virtude da distância, os irmãos não visitam ele de forma recorrente.

O senador Izalci Lucas (PL-DF) na saída do Complexo da Papuda, nesta terça-feira, 25, depois de visitar Silvinei Vasques, ex-chefe da PRF | Foto: Reprodução/Revista Oeste

“Ele não tem família aqui, a família dele é de Santa Catarina”, disse Izalci. “[Silvinei] deveria, inclusive, estar preso lá, que é mais próximo. Faz tempo que a família não o visita. Para vir de SC para cá custa muito. Não dá para ficar visitando de 15 em 15 dias. Ele não tem recebido visitas há algum tempo.”

Izalci relatou que Silvinei Vasques toma remédios para dormir, para ansiedade e para o coração e que isso “prejudica muito” sua saúde física e mental. “Ele fala que não vê sentido nenhum de estar preso por que não foi condenado”, continuou o senador, que ainda disse que o ex-PRF tem restrições alimentares e que, por isso, tem dificuldade na alimentação no presídio.

“Ele está precisando fazer exames e isso não é da noite para o dia, demora”, relatou. “Ele já pediu para fazer os exames, mas tem todo um processo burocrático que acaba demorando.”

Como mostrou Oeste, Moraes autorizou 17 senadores a visitarem o ex-PRF na prisão. Devem ir três por vez, sendo que os primeiros foram Damares e Izalci. O senador disse que agora vai reunir mais alguns parlamentares para visitar o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, a fim de “fazer justiça” com relação a Silvinei Vasques.

A ideia é pedir que Gonet olhe o inquérito que investiga Silvinei Vasques. A defesa do ex-PRF informou que foi solicitada pelo gabinete de Damares uma “minuta” com todas as informações do processo dele. “Não tem sentido o que está acontecendo com o Silvinei”, concluiu Izalci, ressaltando que o ex-PRF não foi condenado, mas indiciado. “Sinceramente, não sou advogado, mas é inconcebível a forma como está acontecendo.”

Silvinei Vasques foi preso em 9 de agosto do ano passado em Florianópolis, em Santa Catarina (SC). O ex-PRF é acusado de supostamente fazer blitze no Nordeste a fim de prejudicar a campanha à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, atual presidente da República, em 2022.

Na ocasião, as operações nas rodovias haviam sido proibidas no dia da votação pelo STF. Então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Moraes teve de determinar a suspensão imediata das blitze, ameaçando prender Silvinei Vasques. Depois disso, as operações da PRF foram desmobilizadas no Nordeste.

Via Revista Oeste

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