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‘A nova ofensiva de Lula contra a Petrobras’

(J. R. Guzzo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 27 de julho de 2024)

O atual vice-presidente Geraldo Alckmin, numa outra encarnação, disse que o atual presidente Lula queria “voltar à cena do crime” com o seu projeto de retorno à Presidência. Hoje diz o contrário, mas o que falou continua valendo cada vez mais — pode ter sido, até, a coisa mais acertada que declarou em toda a sua carreira política.

Nenhuma confirmação dessa volta ao crime, e exatamente no lugar em que foi cometido, poderia ser mais clara do que o governo está fazendo neste preciso momento na Petrobras. Nos 14 anos das administrações Lula-Dilma, a maior empresa do Brasil foi colocada na porta da vara de falências.

Corrupção provada, maciça e confessa, negócios ruinosos para a empresa e decisões suicidas do ponto de vista empresarial se juntaram para levar à Petrobras à bacia das almas — e muitos dos seus diretores à cadeia. Querem, agora, repetir o que fizeram, peça por peça, e com a tranquilidade de saber que ninguém vai ser incomodado pela justiça criminal.

Em apenas um ano e meio de governo Lula, já está tudo errado outra vez — e está errado precisamente nos mesmos lugares onde erraram de 2003 a 2016. A Petrobras, em qualquer avaliação racional, é uma empresa petroleira — e não uma árvore de Natal onde Lula vai pendurando todo tipo de atividade na tentativa, provadamente fútil, de gerar produção industrial, “criar empregos” e ter um “papel social”.

Governo Lula sucateou a Petrobras

Onde a Petrobras tem competência, talento tecnológico e capacidade de competir é na produção de petróleo em alto mar. É aí que está a sua força e o seu valor para o interesse público. Por conta da Petrobras o Brasil deixou de ser, há anos, dependente de importações de petróleo — o país produz hoje acima dos 3 milhões de barris de óleo por dia e tornou-se um exportador mundial importante. É nisso, logicamente, que deveria se concentrar e investir.

Mas o governo Lula, assim que “o Brasil voltou”, atirou-se outra vez ao delírio que levou a companhia à ruína. Em vez de investir naquilo que a Petrobras faz de melhor, está socando bilhões em tudo o que ela faz de pior — mas onde as oportunidades de negócio para os amigos, e os amigos dos amigos, são uma maravilha.

É o caso das refinarias. Depois da Abreu e Lima, que deveria custar US$ 2 bilhões, já custou mais de US$ 20 bilhões e ainda não está pronta, e da assombrosa compra da refinaria de Pasadena, que entrou para a história universal da corrupção, querem voltar exatamente à mesma cena, “investindo” de novo no refino — sua atividade mais obsoleta e sem esperança. Querem fabricar adubo, construir navios e jogar, cada vez mais, dinheiro bom em cima de dinheiro ruim. É puro Lula.

Via Revista Oeste

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