terça-feira, julho 2, 2024
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A e-bike pode ser a solução para o trânsito da sua cidade?

Quem circula por uma cidade como São Paulo sabe que não existe mais horário de pico no trânsito. Tirando a madrugada, você pode sair em qualquer hora do dia e vai encontrar congestionamento de carros.

Essa concentração de veículos na imensidão de asfalto deixa a qualidade do ar sofrível. Some isso a uns dias sem chover e pronto: você consegue enxergar aquela camada cinza no céu. E a poluição ataca rinite, te faz espirrar, nariz escorrer e a garganta secar.

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Quem não mora em São Paulo pode até achar que estou exagerando, mas passa um mês aqui para ver se não é verdade. E olha que adoro a minha cidade, não troco ela por nada. Mas não dá para fingir que esses problemas não existem.

Em maior ou em menor proporção, essa é a realidade de vários locais no mundo. E os especialistas discutem há bastante tempo uma alternativa para enfrentar esses desafios da modernidade.

Veículos elétricos? Investimento em transporte público de qualidade? Tirar os caminhões do centro expandido? Aumentar o número de bolsões verdes? Retomar a inspeção veicular obrigatória?

Todas essas ideias têm o seu valor. Uma delas, no entanto, me chamou a atenção. Principalmente pelo seu relativo baixo custo. Um estudo realizado na Suíça apontou que as bicicletas elétricas podem ter um papel central na tentativa de desafogar as grandes cidades.

O trânsito é um dos grandes problemas das principais metrópoles do mundo (Imagem: Jason Lee/Reuters)

Bikes elétricas são o futuro?

  • Pesquisadores da Universidade de Lausanne descobriram que mais da metade dos proprietários de e-bikes passaram a usar menos seus carros depois de adquirir uma bicicleta elétrica.
  • O levantamento também mostrou que quase um quinto desses proprietários se livraram completamente do carro ou desistiram da intenção de comprar um.
  • Ou seja, o veículo teve um impacto gigantesco na rotina e na forma como as pessoas viajam.
  • O estudo também afirma que 58,7% dos proprietários utilizam a sua bicicleta elétrica para uma combinação de lazer e transporte, enquanto 32,1% a usam apenas para o trabalho.
  • Os pesquisadores ouviram mais de 1490 pessoas.
  • Algumas dessas entrevistas, porém, datam de 2018, apesar de a pesquisa ter sido publicada na última semana.

Além dessa questão da data, você aí do outro lado deve estar se coçando para falar: “mas, Bob, não dá para comparar a Suíça com o Brasil, né?”.

E, sim, você está correto (a). Lausanne é uma cidade infinitamente menor do que São Paulo, por exemplo. E bota menor nisso! A área da primeira é de aproximadamente 41 quilômetros quadrados. São Paulo tem mais de 1.500 quilômetros quadrados! Isso sem contar a infraestrutura e a maior oferta de ciclofaixas (proporcionalmente falando). E a questão importantíssima da segurança.

As pessoas se sentem menos protegidas numa bike do que em um carro. E alguém que mora na Zona Norte da cidade não vai pegar uma e-bike para atravessar a Marginal Tietê e a Marginal Pinheiros até chegar na Zona Sul.

Eu entendo todos esses pontos. Continuo sustentando, no entanto, que a bicicleta elétrica pode fazer parte da solução.

A Cannondale Mavaro Neo é a nova bicicleta elétrica urbana de baixo custo
Devemos encarar a bicicleta elétrica como parte da solução – Imagem: Divulgação/Cannondale

Ela pode ser usada para a cobertura de distâncias menores – e você sabe que tem gente que pega o carro para ir até na padaria da esquina. Só isso vai tirar milhares de veículos das ruas, ajudando na diminuição da poluição.

A e-bike também é muito mais barata do que um carro elétrico. E poderia ser vendida a preços mais acessíveis se o governo adotasse algum tipo de incentivo para o setor.

Falando em governo, é claro que seriam necessárias algumas obras estruturais para permitir uma circulação mais fluida das bikes. E talvez um aumento no efetivo policial para aumentar a sensação de segurança.

É utopia? Pode até ser. O que não dá é para achar que está tudo bem. E que é normal pegar trânsito numa terça-feira às 2 da tarde.

Você pode ler o estudo na íntegra aqui.

Via Olhar Digital

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