Um conflito silencioso, mas devastador, está em curso no Oriente Médio, especialmente na fronteira entre a Síria e a Jordânia. Trata-se de uma guerra contra o captagon, uma droga semelhante à anfetamina que se espalhou por toda a região.
Segundo o jornal norte-americano The Wall Street Journal, grupos terroristas, como o Hezbollah, lucram com o tráfico dessa droga. O captagon é consumido por vários segmentos da sociedade, desde estudantes até executivos.
O comércio do captagon e seus impactos na região
O regime sírio, liderado por Bashar al-Assad, também está envolvido com o tráfico dessa droga. Além disso, os rendimentos desse mercado ilegal têm ajudado a contornar as sanções econômicas impostas pelo Ocidente, o que sustenta o regime de Assad.
Como se não bastasse, o aumento do consumo da droga preocupa países do Ocidente. Os Estados Unidos, por exemplo, temem que o comércio de captagon ameace a estabilidade de seus aliados na região, como a Jordânia e a Arábia Saudita.
O governo da Jordânia, por sua vez, está em estado de alerta em virtude do aumento do volume de drogas que está atravessando sua fronteira.
A droga é produzida na Síria e no Líbano
A produção da captagon ocorre principalmente na Síria, com algumas operações no Líbano. Já os métodos de contrabando são variados, desde esconder drogas em caminhões até usar catapultas para lançá-las sobre os muros das fronteiras.
O New Lines Institute, um think tank com base em Washington, nos EUA, estima que o mercado global de captagon valha cerca de R$ 32,5 bilhões. Entre 2020 e 2022, o regime de Assad teria arrecadado aproximadamente R$ 13,6 bilhões anualmente com o tráfico. Esse valor representa cerca de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) da Síria.
Em outubro, o Departamento do Tesouro dos EUA sancionou três pessoas envolvidas na produção e no tráfico de captagon para beneficiar o regime sírio e o Hezbollah. O órgão destacou que esse grupo lucrava R$ 8,5 bilhões com o envio da droga à Europa. O produto era enviado escondido em rolos de papel industrial.