sábado, novembro 23, 2024
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A busca por vida fora da Terra pode passar pelas exoluas

Um dos mistérios mais fascinantes do Universo é: estamos sozinhos por aqui? Caso a gente não esteja, como é a vida em outros planetas? Para responder a essa dúvida, a ciência tem pesquisado os chamados exoplanetas, ou seja, planetas fora do nosso Sistema Solar. E, ao que tudo indica, a pesquisa sobre as luas mais distantes também será importante.



Exoluas e exoplanetas

O tamanho de uma exolua ajuda a determinar se a vida poderia se formar em um exoplaneta que ela orbita? Para responder a essa dúvida, um estudo de 2022 publicado na revista Nature Communications investigou o potencial de grandes exoluas se formarem em torno de grandes exoplanetas (do tamanho da Terra e maiores), da mesma forma como nossa Lua se formou ao redor da Terra.

Apesar de a pesquisa ter sido publicada há quase dois anos, os resultados ainda se mantêm importantes no que diz respeito à procura de exoluas. Afinal, os astrônomos ainda não confirmaram a existência de exoluas em qualquer parte do cosmos. E por que é tão importante compreender melhor o potencial de grandes exoluas orbitando grandes exoplanetas?

Miki Nakajima, professora assistente de física e astronomia na Universidade de Rochester e principal autora do estudo, disse o seguinte ao Universe Today: “para a Terra, a Lua desempenha um papel importante para determinar a duração do dia da Terra, marés oceânicas e inclinação do eixo de rotação da Terra. Esses são parâmetros extremamente importantes para a vida na Terra. Assim, entender se um planeta tem lua ou não nos ajudaria a entender se um exoplaneta é semelhante à Terra ou não”.

Formação de exoluas

Os pesquisadores usaram uma série de modelos de computador para simular como as exoluas poderiam se formar em torno de um exoplaneta com base no que se sabe sobre como a nossa Lua se formou em torno da Terra. 

Os pesquisadores conduziram essas simulações usando uma variedade de condições, incluindo exoplanetas rochosos e gelados. No final, as simulações produziram alguns resultados interessantes.

 “Prevemos que planetas relativamente pequenos (com um raio até 60% maior que o da Terra) são bons candidatos para hospedar exoluas. Até agora, a maioria das pesquisas de exoluas se concentra em planetas maiores. Portanto, agora propomos que pesquisas futuras se concentrem nestes planetas menores” – completou a Dra. Nakajima do Universe Today.

Veredito

A presença de luas, de fato, não é sinônimo de vida. Basta ver que Saturno tem mais de 100 luas. Júpiter também tem dezenas.

“Na minha opinião, um planeta não precisa ter uma lua grande para hospedar vida em sua superfície”, disse a Dra. Nakajima. “No entanto, pelo menos para a Terra, a Lua desempenha um papel crucial na vida. Portanto, se quisermos encontrar uma segunda Terra, um planeta com uma lua grande seria um grande candidato. Espero que o nosso estudo nos ajude a identificar quais planetas provavelmente hospedam luas.”

Falando sobre o futuro, em termos de estudos de acompanhamento nesses dois anos, a professora explicou que ela e seus colegas escreveram um artigo recente sobre como a Lua da Terra pode ter se formado sob um processo diferente. O texto está atualmente em revisão por pares. 

Além disso, a Dra. Nakajima disse ao Universe Today que ela está atualmente participando de uma proposta para o Telescópio Espacial James Webb, da NASA, com o objetivo de identificar exoluas orbitando exoplanetas relativamente pequenos.

Este estudo de 2022 e a próxima proposta do JWST destacam como as exoluas passaram a ocupar o primeiro plano na procura de vida fora da Terra e, especificamente, fora do nosso Sistema Solar.

Embora a existência de pelo menos uma exolua ainda não tenha sido confirmada, uma lista crescente de candidatas a exolua atraiu a atenção dos astrônomos. Essas potenciais exoluas estão, possivelmente, orbitando mundos de vários tamanhos.

Via Olhar Digital

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