A relação entre saúde mental e exposição nas redes sociais tem sido amplamente discutida, principalmente com os depoimentos pessoais de grandes influenciadores. O uso constante dessas plataformas pode tanto influenciar positivamente quanto negativamente o bem-estar emocional.
As redes sociais oferecem benefícios, como conexão e acesso à informação, mas também podem trazer desafios que impactam a saúde mental. E além disso, para alguns influenciadores, compartilhar suas experiências com saúde mental, como lutas contra a depressão ou ansiedade, pode servir de inspiração para seus seguidores, promovendo empatia e normalizando a busca por tratamento. Veja a seguir 8 exemplos de influencers que sofreram na pele os efeitos negativos das redes sociais.
A exposição nas redes aumenta a vulnerabilidade a críticas, comentários ofensivos e cyberbullying. Para influenciadores e pessoas muito expostas, isso pode gerar um impacto direto na saúde mental, como depressão e ansiedade.
Mesmo para usuários comuns, a possibilidade de receber comentários negativos ou ser alvo de bullying online pode afetar significativamente o bem-estar, a ponto de preocupar profissionais da saúde, inclusive sobre como aumentam o risco de comportamentos suicidas.
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O cyberbullying é uma das maiores ameaças nas redes sociais, especialmente entre adolescentes e jovens. O assédio online, a exposição pública e os ataques constantes podem agravar sentimentos de solidão, depressão e ansiedade, levando ao aumento do risco de suicídio.
Casos de assédio digital estão diretamente ligados ao agravamento de distúrbios emocionais, e várias vítimas de cyberbullying recorreram ao suicídio como forma de escapar da dor emocional causada pela violência virtual.
Setembro Amarelo é o mês de prevenção ao suicídio
Outro ponto de alerta é perceber que as redes sociais também podem expor usuários a conteúdos sensíveis ou perturbadores relacionados ao suicídio, como postagens explícitas ou vídeos que glorificam, romantizam ou incentivam o comportamento suicida. Todo esse cenário colaborou para o surgimento de ações como o Setembro Amarelo.
O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, realizada anualmente durante o mês de setembro. O objetivo principal é quebrar o tabu em torno do tema e promover o diálogo sobre saúde mental, incentivando as pessoas a buscarem ajuda.
A campanha começou em 2015 no Brasil, por iniciativa da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). A escolha de setembro é em referência ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado no dia 10 de setembro.
Os objetivos da campanha são sensibilizar e conscientizar a população sobre a importância de discutir o suicídio, informar sobre formas de prevenção e serviços de apoio disponíveis, reduzir o estigma associado ao tema, incentivando as pessoas a procurarem ajuda sem medo de julgamento.
O amarelo foi escolhido como a cor oficial da campanha. Ele representa a vida, luz e esperança, conceitos centrais na promoção do bem-estar emocional. E entre as ações e atividades que envolvem o Setembro Amarelo estão palestras, debates e eventos sobre saúde mental e prevenção ao suicídio, além de iniciativas como iIluminação de prédios públicos e monumentos na cor amarela e distribuição de materiais informativos e campanhas nas redes sociais.
O suicídio é uma questão de saúde pública e pode ser prevenido em muitos casos. A campanha destaca a necessidade de identificar sinais de alerta e oferecer suporte a quem precisa, além de promover o acesso a profissionais de saúde mental. O Setembro Amarelo busca desmistificar o suicídio e promover uma rede de apoio, oferecendo esperança e ajuda para aqueles que enfrentam dificuldades emocionais. Visite a página sobre a campanha, clicando aqui.
8 influenciadores que abriram o jogo sobre saúde mental nas redes sociais
Vários influenciadores e celebridades têm usado suas plataformas para falar abertamente sobre saúde mental, trazendo visibilidade e apoio ao tema. Ao compartilhar suas próprias experiências, eles ajudam a quebrar o estigma em torno das doenças mentais e incentivam seus seguidores a buscar ajuda quando necessário. Aqui estão alguns exemplos:
O comediante e youtuber brasileiro Whindersson Nunes tem sido muito transparente sobre suas lutas com a depressão. Em várias ocasiões, ele compartilhou em suas redes sociais sobre os desafios que enfrentou, incluindo períodos difíceis e a importância de cuidar da saúde mental.
Em 2019, Whindersson compartilhou publicamente que estava lutando contra a depressão, surpreendendo muitos fãs que o viam como uma figura feliz e bem-sucedida. Ele usou suas redes sociais para expressar o que estava sentindo, escrevendo mensagens sobre sua dificuldade em encontrar felicidade, apesar de seu sucesso profissional.
Após falar abertamente sobre sua depressão, Whindersson Nunes também revelou que começou a buscar tratamento psicológico e terapia para lidar com seus problemas de saúde mental e incentivou seus seguidores a procurarem ajuda profissional quando necessário.
Durante o auge de sua crise emocional, Whindersson anunciou que tiraria uma pausa na carreira para focar em seu bem-estar e saúde mental. Essa decisão foi um marco importante, afinal muitos influenciadores e artistas geralmente se sentem pressionados a continuar produzindo conteúdo, mesmo quando estão enfrentando desafios internos.
Ele também mencionou o impacto do esgotamento causado pela quantidade de trabalho e pela pressão constante de produzir vídeos, shows e manter sua imagem pública.
Whindersson também passou por momentos de intenso luto e sofrimento após a perda de seu filho, João Miguel, que nasceu prematuro em 2021. O comediante usou sua plataforma para falar sobre o luto e como isso afetou ainda mais sua saúde mental.
Ele também serviu como um exemplo para outras celebridades e influenciadores ao usar sua visibilidade para promover campanhas de conscientização sobre saúde mental. Sua abertura teve um impacto significativo, ajudando a normalizar discussões sobre depressão, ansiedade e luto entre seu público. mostrando que não há problema em admitir vulnerabilidades e buscar apoio.
2- Kéfera Buchmann
A atriz e influenciadora Kéfera Buchmann já falou sobre crises de ansiedade e a pressão de ser figura pública. Ela usa suas redes sociais para conscientizar seus seguidores sobre a importância de buscar tratamento psicológico.
Ao longo de sua carreira, ela abordou questões como ansiedade, depressão, pressão da fama e os impactos da exposição pública nas redes sociais. Sua trajetória no YouTube, onde ganhou popularidade com o canal “5inco Minutos”, a colocou no centro das atenções, mas também trouxe desafios para sua saúde emocional.
Kéfera foi uma das primeiras youtubers brasileiras a atingir grande fama, o que trouxe uma enorme base de seguidores, mas também uma carga de pressão e expectativas. Em diversas entrevistas e vídeos, ela comentou sobre o lado negativo da fama, incluindo o ódio nas redes sociais, comentários maldosos e a sensação de que sempre precisava corresponder às expectativas dos outros.
Ela já falou sobre como o processo de aceitar seu corpo e suas imperfeições também foi uma parte importante de sua jornada de saúde mental, ajudando-a a lidar com a autoestima e a pressão que sentia como figura pública.
3- Selena Gomez
A cantora e atriz Selena Gomez é uma das celebridades internacionais mais influentes quando se trata de falar sobre saúde mental. Ela compartilhou sua luta com ansiedade, depressão e transtorno bipolar, e até lançou a Rare Beauty Mental Health Fund, que destina recursos para serviços de saúde mental.
Selena revelou que passou por períodos difíceis em que precisou tirar pausas da música e da atuação para focar em sua saúde mental. Durante essas pausas, ela se internou em clínicas de reabilitação emocional para receber tratamento, enfatizando a importância de cuidar de sua mente.
Em entrevistas, Selena comentou sobre os desafios emocionais de crescer sob os holofotes, lidando com expectativas públicas e com as pressões da fama desde muito jovem.
Em 2020, Selena revelou que foi diagnosticada com transtorno bipolar, um transtorno de humor caracterizado por oscilações extremas entre depressão e mania. Ela discutiu isso em uma conversa franca durante uma live com Miley Cyrus. O diagnóstico ajudou Selena a entender melhor seus sentimentos e comportamentos ao longo dos anos, e a buscou tratamento adequado.
Selena também foi diagnosticada com lúpus, uma doença autoimune que pode afetar várias partes do corpo, e passou por um transplante de rim em 2017. O lúpus e as complicações associadas impactaram profundamente sua saúde mental. Ela falou sobre o efeito emocional de viver com uma doença crônica, o que contribuiu para aumentar sua ansiedade e depressão.
Em 2019, ela decidiu desativar seu Instagram por um tempo, mencionando que o uso excessivo das redes aumentava sua ansiedade e prejudicava sua autoestima. Ela falou sobre como a constante comparação com outros perfis e a pressão para parecer perfeita nas redes sociais podem ter um impacto devastador.
Selena Gomez lançou sua linha de maquiagem, a Rare Beauty, que visa arrecadar fundos para apoiar serviços e programas de saúde mental, com a meta de arrecadar US$ 100 milhões em 10 anos. Além disso, Selena fundou a Rare Impact Fund, uma fundação dedicada a aumentar o acesso à educação e recursos de saúde mental para comunidades em todo o mundo, especialmente para jovens.
Em 2022, Selena lançou o documentário “Selena Gomez: My Mind & Me”, em que discute suas batalhas com o lúpus, seus problemas de saúde mental e como esses desafios influenciaram sua vida pessoal e profissional.
Atualmente, embora ela tenha voltado às redes sociais, ela se mantém cuidadosa quanto ao tempo que passa online e incentiva seus seguidores a fazerem o mesmo, praticando o autocuidado digital.
4- Maisa Silva
A apresentadora e atriz Maisa Silva também se abriu sobre seus problemas com ansiedade e a importância de buscar terapia. Ela usa suas redes para normalizar a conversa sobre saúde mental entre os jovens.
Com uma carreira iniciada muito cedo, Maisa sempre foi uma figura admirada pelo público, e ao longo dos anos, ela usou suas redes sociais e entrevistas para falar sobre os desafios emocionais que enfrentou com a exposição e a fama, e como tem aprendido a lidar com sua saúde emocional.
Em diversas ocasiões, ela mencionou o impacto da fama em sua saúde mental, especialmente o peso de lidar com a opinião pública e as críticas nas redes sociais. Assim como outras figuras públicas, ela passou por momentos em que o ódio online e os comentários maldosos a afetaram, o que a fez refletir sobre o impacto que as redes podem ter na autoestima e na saúde emocional.
Maisa já comentou que, em momentos de maior exposição, sentiu a necessidade de pausar ou diminuir o uso das plataformas para se proteger emocionalmente. E também já discutiu a pressão estética que muitas jovens enfrentam, especialmente quando estão na mídia.
Ela falou sobre a necessidade de aceitar a si mesma e não sucumbir às exigências externas de perfeição física. Em várias ocasiões, Maisa usou seu espaço nas redes para compartilhar mensagens de autoaceitação e de amor próprio, reforçando que cada pessoa deve buscar ser feliz com quem é, em vez de tentar seguir padrões inatingíveis de beleza ou comportamento.
Conforme Maisa foi crescendo, ela passou pela transição de ser uma figura infantil para uma jovem adulta na mídia, o que trouxe novos desafios para sua saúde mental. Em algumas entrevistas, ela mencionou o impacto dessa mudança, e como precisou se adaptar ao novo papel de adulta, ainda sob os olhos atentos do público.
5- Dwayne “The Rock” Johnson
Dwayne “The Rock” Johnson é um exemplo de como até as pessoas mais fortes e bem-sucedidas podem enfrentar lutas com a saúde mental. Sua disposição em falar sobre a depressão e a importância de procurar ajuda profissional tem sido inspiradora para milhões de seus fãs ao redor do mundo. Ao compartilhar suas experiências, ele contribui para quebrar o estigma em torno da saúde mental, especialmente entre os homens, e reforça a importância de ser vulnerável e buscar apoio durante tempos difíceis.
O ator e ex-lutador de WWE revelou suas lutas com a depressão ao longo dos anos e enfatizou o valor de falar sobre os sentimentos e procurar apoio. Não é de hoje que atletas, músicos e atores passaram a serem ativos nas redes sociais. Atualmente, Dwayne Johnson tem aproximadamente 395,4 milhões de seguidores no Instagram e usa da sua influência para abordar o tema da saúde mental com seus fãs.
Além de sua própria luta, Dwayne Johnson mencionou o impacto de questões de saúde mental em sua família. Ele falou sobre sua mãe, Ata Johnson, que também enfrentou dificuldades emocionais, incluindo uma tentativa de suicídio quando Dwayne ainda era jovem.
Ele relembrou um incidente em que sua mãe tentou tirar a própria vida ao caminhar para o meio de uma estrada movimentada, e ele a salvou, desviando o carro para tirá-la do perigo. Esse evento deixou uma marca profunda em sua vida e aumentou sua conscientização sobre os efeitos da saúde mental nas pessoas ao seu redor.
6- Zoella
Zoella, cujo nome real é Zoe Sugg, é uma influenciadora digital britânica muito conhecida por seus vídeos de beleza, estilo de vida e saúde mental no YouTube. Ao longo dos anos, ela tem sido uma defensora aberta da saúde mental, especialmente em relação à ansiedade e transtornos de pânico, problemas com os quais ela própria lida.
Em muitos de seus vídeos, ela discute como esses problemas impactam sua vida diária, desde a realização de tarefas simples até sua carreira como influenciadora. Ela descreveu situações em que a ansiedade foi tão intensa que a impediu de sair de casa ou participar de eventos sociais importantes.
Zoella usa suas plataformas para falar com seus seguidores sobre as estratégias que adota para gerenciar a ansiedade, como terapia cognitivo-comportamental (TCC), meditação e outras técnicas de relaxamento. Ao falar abertamente sobre suas experiências, Zoe tem incentivado seus milhões de seguidores a buscar ajuda quando necessário e a não se sentirem envergonhados por terem problemas de saúde mental.
Foi elogiada por muitos fãs e profissionais da área de saúde mental por usar sua plataforma para aumentar a conscientização sobre esses temas. Ela já colaborou com instituições de caridade e organizações, como a Mind (uma organização do Reino Unido que ajuda pessoas com problemas de saúde mental), para promover a discussão sobre ansiedade e depressão.
Em 2016, ela também fez parte de uma campanha chamada #DontPanicButton, que foi criada para ajudar jovens a lidarem com a ansiedade, fornecendo-lhes recursos e apoio.
Zoella fala regularmente sobre a necessidade de equilibrar o tempo online com a vida real. Ela reconhece que a pressão de ser uma figura pública nas redes sociais pode contribuir para o aumento da ansiedade e a sensação de esgotamento. Em diversas ocasiões, Zoe destacou a importância de se desconectar das redes para cuidar da saúde mental, algo que ela mesma faz com frequência.
7- PewDiePie
Como uma das maiores estrelas do YouTube, PewDiePie já falou sobre o peso da pressão causada pela fama e as expectativas de manter uma imagem pública constante. Ele mencionou em diversos vídeos como essa pressão pode levar ao esgotamento (burnout) e aumentar a ansiedade. Durante anos, Felix produziu conteúdo diariamente, o que o levou a enfrentar uma exaustão mental.
Ele chegou a tirar pausas do YouTube em 2020 e 2021, após anunciar que precisava de tempo para descansar e cuidar de sua saúde mental. PewDiePie também mencionou que fazer vídeos constantemente acabou se tornando exaustivo, e ele queria retomar o equilíbrio em sua vida.
Felix falou sobre sua decisão de se desconectar temporariamente das redes sociais e das pressões associadas. Ele afirmou que, apesar de amar seu trabalho, a rotina diária de criação de conteúdo e a atenção contínua em torno de sua figura pública estavam afetando seu bem-estar. Ao optar por pausas planejadas, PewDiePie começou a defender a ideia de que é importante encontrar um equilíbrio entre vida online e offline, especialmente para aqueles que trabalham em plataformas digitais.
Além disso, PewDiePie já compartilhou reflexões sobre os efeitos negativos das redes sociais na saúde mental das pessoas. Ele comentou que o uso excessivo de plataformas como Twitter e Instagram pode exacerbar sentimentos de comparação e ansiedade, o que pode ser prejudicial, principalmente para jovens que passam muito tempo online. Em vários momentos, ele incentivou seus seguidores a ter consciência sobre o tempo gasto nas redes e a buscar formas de autocuidado.
Felix também fez críticas à cultura de influenciadores e a ideia de que é preciso estar sempre criando conteúdo ou buscando validação digital. Ele questionou o impacto psicológico disso e incentivou a reflexão sobre os efeitos de longo prazo que a criação de conteúdo pode ter sobre a saúde mental dos criadores.
8- Manu Gavassi
Manu Gavassi, cantora, atriz e ex-participante do Big Brother Brasil, tem sido uma voz importante no debate sobre saúde mental, principalmente após ganhar maior visibilidade durante o reality show em 2020. Ela usa suas redes sociais e entrevistas para compartilhar abertamente os desafios que enfrentou em relação à saúde mental, como a pressão da fama, a ansiedade e a busca por equilíbrio emocional.
Manu já mencionou que, especialmente durante sua participação no BBB, ela passou por momentos difíceis devido à intensa exposição pública. Ela sentiu a necessidade de se distanciar das redes sociais em alguns momentos, mencionando que a internet pode ser um ambiente tóxico, especialmente para figuras públicas. Manu falou sobre como o sucesso pode trazer não só oportunidades, mas também um peso emocional significativo.
Manu Gavassi é uma forte defensora da terapia e do autocuidado. Em várias entrevistas, ela mencionou que a terapia a ajudou a entender e lidar melhor com suas emoções e a pressão externa. Ela incentiva seus seguidores a buscarem ajuda profissional e a cuidarem de sua saúde mental, promovendo um discurso de aceitação e equilíbrio.
Nas redes sociais, Manu frequentemente aborda o tema da autoaceitação e da importância de se desconectar para preservar a saúde mental. Ela já mencionou que a comparação constante nas redes pode ser prejudicial e que é essencial reconhecer os limites pessoais. Seu discurso está alinhado com a ideia de que, para manter o equilíbrio emocional, é importante não se deixar consumir pelas expectativas irreais criadas online.