O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), voltou a defender que o período de inelegibilidade de oito anos é “uma eternidade” dentro da política. O parlamentar deu a declaração na tarde desta sexta-feira, 7, à Rádio Arapuan Verdade, em João Pessoa.
“Esse tema veio à tona, e o pano de fundo é a eleição de 2026, principalmente porque temos a discussão se o ex-presidente Jair Bolsonaro poderá ou não ser candidato, porque ele foi recentemente condenado”, explicou Motta.
Parlamentares aliados de Bolsonaro têm impulsionado o debate para revisar a Lei da Ficha Limpa, com o objetivo de reduzir esse período. O deputado Bibo Nunes (PL-RS) propôs um projeto para reduzir a inelegibilidade de oito para dois anos, viabilizando a candidatura do presidente de honra do PL em 2026.
O presidente da Câmara disse não ter um “compromisso de pautar para mudar a Lei da Ficha Limpa”, mas que se o tema for levado à Casa, pode ser discutido junto aos demais líderes partidários.
“Eu disse que, se esse assunto for levado à Câmara por exemplo, pelo PL, que é o partido do presidente Bolsonaro, nós vamos tratar como todo e qualquer projeto que chega à Casa”, disse. “Nós vamos discutir com responsabilidade.”
Motta diz que oito anos “é um tempo extenso de penalidade”
Hugo Motta destacou que a Lei da Ficha Limpa é uma “conquista da nossa sociedade”, uma vez que a própria população se “mobilizou para que essa lei fosse aprovada dessa forma”. Contudo, voltou a falar sobre o período de penalidade.
“Em um sistema democrático, que se tem eleição de dois em dois anos, você não achar que oito anos é um tempo extenso de penalidade, é não reconhecer o sistema democrático”, afirmou.
Na sequência, o presidente da Casa acrescentou: “Estamos em 2025, só se fala na eleição de 2026. Um ano e sete meses para as eleições, e nesse período vai acontecer uma quantidade de fatos que nós não conseguimos neste momento, por mais previsibilidade que se tenha, adivinhar o que vai acontecer. Você imagina em oito anos, que na política é uma eternidade”.