Um novo estudo conduzido pelo Institut de Physique du Globe de Paris, na França, elucidou um mistério que movia muitos cientistas há décadas: como foi que o mar Mediterrâneo perdeu 70% do seu volume de água e ganhou uma camada de sal de altura há cerca de 5,5 milhões de anos?
Os resultados foram publicados na revista Nature Communications na segunda-feira (18) apontam para dois fenômenos causadores da Crise de Salinidade Messiniana. Analisando os isótopos de cloro do sol extraído do Mediterrâneo, os cientistas indicaram que, por um período de 35 mil anos, a deposição de sal foi provocada por uma restrição de escoamento para o oceano Atlântico. Isso ocorreu, sobretudo, na porção oriental do mar.
O segundo evento, que durou cera de 10 mil anos, foi uma grande evaporação que provocou uma queda de até dois quilômetros no nível do mar no Mediterrâneo oriental e de quase um quilômetro no lado ocidental.
Essas transformações provocaram mudanças também na fauna terrestre e na paisagem mediterrânea, além de causar a extinção de uma série de espécies marinhas. A biodiversidade encontrada na região hoje em dia foi desenvolvida após esse evento geológico, que também provocou a formação do estreito de Gibraltar, que liga o Marrocos à Espanha.