Mulheres e o campo da tecnologia ainda é uma combinação desafiadora, já que o meio segue ocupado, majoritariamente, por homens. Apesar disso, a presença feminina no meio vem crescendo nos últimos anos.
Segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), em um período de 2015 a 2022, o aumento da participação feminina foi de 60% no setor de tecnologia.
No entanto, apesar do cenário crescente para as mulheres, a visão geral ainda é negativa, já que 83,3% do mercado ainda é composto por homens, enquanto as mulheres ocupam apenas 12,3% dos cargos de tecnologia.
Mulheres ocuparam espaços dentro da área desde os séculos passados. No entanto, foram historicamente apagadas pela sociedade patriarcal.
Mesmo assim, elas continuam fazendo a diferença no setor tecnológico. Um exemplo recente é o de Jaqueline Goes de Jesus, brasileira biomédica responsável por coordenar a equipe que realizou o sequenciamento do genoma do vírus SARS-CoV-2, apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de COVID-19 no Brasil.
Abaixo, a CNN preparou uma lista com 6 exemplos de mulheres que foram – e são – históricas e importantes para o avanço da tecnologia.
Mulheres históricas que contribuíram e contribuem para o avanço da tecnologia:
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Ada Lovelace, pioneira do computador
Um dos nomes mais conhecidos quando falamos em impacto de mulheres na tecnologia, Ada Lovelace foi uma das pioneiras no campo, pelo menos de que se tem registro. Ela viveu de 1815 a 1852.
Muito antes da era dos computadores e em um tempo em que a presença de mulheres na universidade não era algo possível, Ada foi uma matemática e escritora inglesa, conhecida principalmente por seu trabalho em um computador mecânico.
O algoritmo criado por ela – que a história passou a conhecer como o primeiro projetado para ser executado por uma máquina – foi planejado para ser usado na chamada “Máquina Analítica”, de Charles Babbage.
Ada Lovelace é dona de uma data comemorativa desde 2009. Em 15 de outubro, no “Ada Lovelace Day”, celebra-se as contribuições frequentemente esquecidas das mulheres para a matemática e tecnologia.
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Grace Hopper, desenvolvimento de linguagens de programação
Grace Murray Hopper esteve presente no desenvolvimento de computadores e linguagens de programação entre os anos 1930 e 1980. Ela viveu de 1906 a 1992.
Uma das maiores conquistas de sua carreira foi o desenvolvimento de linguagens de computador escritas em inglês, em vez de notação matemática – mais notavelmente, a linguagem comum de computação empresarial conhecida como COBOL, ou Linguagem Comum Orientada para os Negócios (orientada para o processamento de banco de dados comerciais), que é usada ainda hoje.
O legado de Hopper é homenageado pela conferência anual “Grace Hopper Celebration of Women in Computing”.
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Hedy Lamarr, pioneira do Wi-Fi
Além de atriz, Hedy Lamarr teve uma significativa contribuição tecnológica na Segunda Guerra Mundial. Ela viveu de 1914 até 2000.
Junto com George Antheil, ela elaborou um sistema de comunicações para as Forças Armadas dos Estados Unidos – que serviu de base para o que hoje em dia conhecemos como sistemas de WiFi, GPS e Bluetooth. A intenção dos dois na época era guiar torpedos até seus alvos na guerra.
O sistema criado, no entanto, não chegou a ser autorizado pela Marinha.
Vale ressaltar que Hedy Lamarr também foi pioneira na atuação. Com sua atuação no filme “Êxtase”, um longa tcheco, a estrela foi a primeira atriz a interpretar uma cena de orgasmo no cinema.
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Mary Jackson, engenheira da Nasa
Mary Jackson estudou matemática e física e teve destaque na Nasa. Para continuar atuando na agência, teve que cursar engenharia. Isso fez dela a primeira mulher negra engenheira da Nasa. A profissional, que viveu de 1921 a 2005, estudava o limite de ar em torno de aviões e túneis de vento.
Mary Jackson é um dos nomes que inspirou o filme “Estrelas Além do Tempo”.
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Fei-Fei Li, “madrinha da IA”
Fei-Fei Li é conhecida como a “madrinha da IA”, passando mais de 20 anos no campo da inteligência artificial, a fim de desenvolver a tecnologia inovadora, e está no seleto – e majoritariamente masculino – grupo de pessoas responsáveis pelo avanço da área.
Atualmente, Fei-Fei Li dirige o laboratório de inteligência artificial da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, onde lidera uma equipe de estudantes de pós-graduação que ensinam os robôs a imitar o comportamento humano.
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Jaqueline Goes de Jesus, atuação na Covid-19
Jaqueline Goes de Jesus é a brasileira que liderou o sequenciamento do genoma do SARS-CoV-2, uma variante do Covid-19 no Brasil, em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso do vírus no país – bem mais rápido do que a média no resto do mundo para esse mapeamento, que foi de 15 dias.
O sequenciamento permitiu diferenciar o vírus que infectou o paciente brasileiro do genoma identificado em Wuhan, o epicentro da epidemia na China.
Jaqueline é doutora em Patologia Humana e Experimental, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e, pesquisadora no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo da Universidade de São Paulo (IMT/USP). Ela também integra o Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (Brazil-UK Centre for Arbovirus Discovery, Diagnosis, Genomics and Epidemiology).
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