Para que servem as penas das aves? Proteção, regulação da temperatura corporal, auxílio no vôo… estas são apenas as mais óbvias aplicações das penas das aves. Porém, o que muita gente não sabe é que as penas podem desempenhar diversas outras funções.
Algumas delas podem ser: cortejo para encontrar parceiros sexuais, proporcionar um vôo mais silencioso, fazer barulhos específicos para demarcar território e até demonstra “status” entre indivíduos de certas espécies. A seguir, descubra cinco curiosidades pouco conhecidas sobre as penas das aves.
Uma das cores mais escuras do mundo é exclusiva de uma pena
O gênero Lophorina é composto por três aves-do-paraíso: Lophorina superba, Lophorina niedda, e a Lophorina minor. O mais impressionante sobre essas aves é que suas penas pretas são tão escuras que absorvem quase toda a luz, sendo uma das cores mais escuras do mundo. Isso ocorre graças a uma estrutura especial nas penas que minimiza a reflexão da luz – é como se o macho estivesse envolto na noite!
Além do preto intenso, os machos também exibem padrões de penas em tons vibrantes de azul e verde, que contrastam com o fundo escuro que esse animal projeta durante sua dança de cortejo para fêmea. Nesse show, ele transforma seu corpo em um espetáculo: abre as penas do peito em forma de escudo, onde os tons vibrantes se destacam.
Por que as penas dos flamingos são rosas?
Uma das características mais notáveis dos flamingos é seu bico longo e curvado, adaptado para filtrar pequenos crustáceos e algas da água. Eles usam esse bico para bombear e separar o alimento, graças a lamelas no interior do bico. Devido a esse traço único, esses animais conseguem, através de sua dieta, absorver carotenóides, pigmentos naturais que conferem cores que vão do amarelo ao vermelho, presentes nos pequenos crustáceos filtrados por seu bico.
Esses pigmentos se acumulam em suas penas, tornando-as rosadas. Os flamingos usam a cor das penas como um sinal de saúde e status social, ajudando a se destacar em grupos e a atrair parceiros durante a época de acasalamento. Quanto mais vibrante for a coloração, mais atraente o flamingo pode parecer para os outros, indicando que é um bom parceiro reprodutivo e um competidor forte por alimento.
Sons não vocais das Jacutingas
As jacutingas, são um dos grupos de aves que produzem sons não vocais que desempenham um papel importante durante o período reprodutivo. A Jacutinga-da-garganta-azul (Aburria cumanensis) é um exemplo desses animais que produzem um som proposital pelo seu rasgar de asas. Esses sons são gerados quando os machos vibram as pontas das penas de suas asas de maneira rápida e precisa, fazendo com que as penas se friccionem umas contra as outras.
Esse comportamento é muito comum durante a época de acasalamento, quando a competição por parceiros é mais intensa. Além de serem sinais de alerta, esses sons também ajudam a reforçar a dominância do macho em sua área, garantindo melhores chances de sucesso reprodutivo.
O segredo do vôo silencioso das corujas
As corujas são fascinantes predadoras noturnas, notórias por sua habilidade de voar em silêncio absoluto. Essa característica é resultado de adaptações únicas em suas penas, que são fundamentais para sua eficácia como caçadoras. As penas das asas das corujas possuem bordas serrilhadas que quebram o fluxo de ar, minimizando o ruído durante o voo.
Além disso, a textura aveludada de suas penas absorve as vibrações, contribuindo para o silêncio característico dessas aves. Estudos já comprovaram que essas adaptações predominam em espécies noturnas, oferecendo uma vantagem significativa na caça à noite, diferente das corujas diurnas, que não necessitam de tais adaptações. Essa capacidade de voar silenciosamente, combinada com uma visão aguçada, torna as corujas incríveis caçadoras!
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As penas oleosas dos pinguins
Os pinguins são aves adaptadas a ambientes de frio rigoroso, graças a suas penas curtas, densas e abundantes, que criam uma barreira natural contra o frio. Essa plumagem, além de fornecer isolamento térmico, é mantida impermeável por um óleo especial produzido pela glândula uropigiana, localizada na base da cauda.
Durante a limpeza, os pinguins espalham essa secreção oleosa sobre suas penas, criando uma camada protetora que impede a água gelada de penetrar em sua plumagem. Essa combinação de penas densas e oleosas, junto com uma espessa camada de gordura, permite que os pinguins suportem as baixas temperaturas tanto na terra quanto no mar.