O mês de agosto de 2024 já está marcado pela amplitude térmica. Saímos recentemente de uma forte onda de ar frio e agora estamos passando por uma nova onda de calor (antes de uma nova massa de ar gelado chegar ao Brasil, como noticiamos). Segundo a MetSul, as temperaturas podem chegar aos 40°C em partes do Norte e Centro-Oeste, mas praticamente todo o Brasil deve ver as temperaturas esquentando durante a semana. Isso é resultado de um fenômeno conhecido como “domo de calor”.
De acordo com o instituto de meteorologia, as temperaturas chegaram nesta quarta-feira (21) a máximas de 41,8ºC em Cuiabá (MT); 39,7ºC em Corumbá (MS); e 38,1ºC em Aragarças (GO). No Norte, os termômetros bateram 38,2ºC em Tarauacá (AC); 38,0ºC em Humaitá (AM); 39,7ºC em Cacoal (RO) e 37,6ºC em Boa Vista (RR). O interior de São Paulo não ficou de fora do calorão, Valparaíso bateu os 37,5°C.
Mas não apenas esses locais estão sendo afetados, o Brasil todo, incluindo o Sul, que normalmente é mais frio, está esquentando na atual onda de calor. Segundo as previsões, o clima quente e seco deve durar até o fim de semana.
O que é o “domo de calor?
O domo de calor é também conhecido como bloqueio atmosférico e é um fenômeno cria uma espécie de “bolha” de ar quente na atmosfera, impedindo a ocorrência de outros eventos meteorológicos, como chuvas ou frentes frias e acaba funcionando como se fosse uma espécie de tampa numa panela, que tende a impedir que o calor acumulado dentro da panela se dissipe.
Essa massa de ar quente circula verticalmente, de cima para baixo, e enfrenta dificuldades para se dissipar devido à alta pressão atmosférica que a empurra em direção à superfície terrestre. À medida que desce, passa por um processo de compressão, gerando ainda mais calor. Essa configuração de alta pressão atmosférica funciona como uma barreira, impedindo a entrada de nuvens e ampliando a incidência de raios solares. Em um cenário de primavera e verão, quando a radiação solar é mais intensa, isso contribui para temperaturas mais altas e condições mais secas.
O bloqueio atmosférico é relativamente comum nas regiões Sudeste e Centro-Oeste durante o inverno, mas a intensidade do evento e o aumento das temperaturas vem se intensificando.
Diante do domo de calor, o Brasil enfrenta desafios significativos, que vão desde recordes de temperatura até a alteração nos padrões de chuva. A combinação de fenômenos naturais e a influência humana nas condições climáticas alertam para a necessidade de ações preventivas e de adaptação.