De tempos em tempos determinado drink ganha destaque no universo da coquetelaria, um movimento influenciado, muitas vezes, por filmes e séries de sucesso.
Foi assim, por exemplo, com o Vodka Martini, o preferido de James Bond, e o Cosmopolitan, em Sex and the City.
E aí surge a pergunta: quais serão os coquetéis preferidos em 2024? Negroni? Dry Martini? Old Fashioned? Margarita? E qual será a base que tomará corpo no mercado nacional? Rum? Cachaça? Gin? Tequila?
Segundo Luiz Paulo Foggetti, CEO da Small Batches, é difícil prever. “Porém, algumas pistas podem nos levar a formação de algum pensamento”, ele diz, apontando as 4 principais tendências no setor.
- Nos últimos anos o consumo de tequila explodiu nos EUA. “A Diageo tem botado muitas fichas no produto e, quando a líder de destilados no mundo entra em algum segmento, tem força para abrir portas. Aqui existe uma vontade de reposicionar a bebida para ingrediente de cocktails, ao invés do tradicional pensamento de shot tanto visto ao longo da nossa vida”, sinaliza Foggetti.
- A AMBEV, através da talentosa Dani Cashish, tem investido tempo e recursos no desenvolvimento do Ready to Drink Mike’s, voltado para o público jovem – lê-se de 20 a 25 anos. Com um canal de distribuição imbatível contemplando capilaridade ímpar e o Zé Delivery, o ponteiro também deve avançar no consumo da simpática lata para este público.
- A APTK Spirits revoluciona ao trazer o coquetel engarrafado de altíssimo nível, posicionado para o público A e B e comercializado nos melhores pontos do Brasil através de lojas próprias. Iniciando um trabalho de mudança de hábito de consumo, ela ensina ao apreciador a praticidade de se beber o drink pronto em casa sem precisar do Google para compor as receitas. O Negroni, Caju Amigo e Fitzgerald são os carros chefe.
- Os drinks de whisky também cresceram bastante. “A Brown Form, detentora da marca Jack Daniels, está fazendo um trabalho de branding de tirar o chapéu, avançando em casas importantes que podem divulgar ao público deliciosas novidades com o seu whisky americano”, explica.
O CEO da Small Batches ressalta, ainda, que muitas apostas em tendências foram feitas sem sucesso no passado como o crescente uso do rum ou a explosão do mercado de aguardente. “Nada se concretizou mesmo com alguns profetas botando ainda a ficha nestes segmentos. A explosão de um sabor é dada por uma combinação de muitos fatores, como a força da indústria, a disponibilidade de um grupo para formar opinião e o momento histórico”.
Porém, ele destaca que existe uma vontade gigante de se beber menos, mas com mais qualidade. “Neste contexto, vale ressaltar três pontos. Primeiro, que os jovens têm se preocupado mais com a saúde. Segundo, que a emancipação da mulher no mercado de trabalho permite a entrada no segmento que busca mais praticidade. E, por fim, vale considerar os valores ESG que foram incorporados na formação das marcas”, conclui Foggetti.
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